terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Casamento hetero divide Cruzada da Família e gays em Maringá

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Um ato contrário a união homoafetiva realizado na região central de Maringá, nesta segunda-feira (7), causou revolta na comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais) da cidade, que definiu como "ofensivo" e "medieval" o conceito de família propagado pelos manifestantes.
A manifestação foi organizada pela caravana Cruzada da Família, um movimento que percorre cidades do Brasil inteiro difundido a ideologia do Instituto Plínio Corrêa de Oliveira - fundado em 8 de dezembro de 2006 por um grupo de discípulos do líder católico - contra o aborto e o homossexualismo.
Empunhado cartazes e bandeiras do Instituto, cerca de 40 integrantes da Cruzada pela Família percorreram alguns pontos da Avenida Brasil incentivando os motoristas que passavam pela via a buzinarem numa demonstração de apoio ao casamento heterossexual.
Os manifestantes também utilizaram instrumentos musicais e alto-falantes para chamar a atenção de quem passava pelo local e divulgar os livros "Catecismo Contra o Aborto" e "Homem e Mulher Deus os criou", ambos de autoria do Padre David Fracisquini.
Reação
O ato provocou a reação da comunidade LGBT de Maringá que, no período da tarde, ameaçou promover um 'Beijaço Gay' em resposta a manifestação da Cruzada pela Família. O protesto chegou a ser anunciado na rede social Facebook, mas foi reduzido a uma concentração de um pequeno grupo com a bandeira do movimento.
"Esse ato trata-se de uma demonstração gratuita de reacionarismo naftalinado da Tradição, Família e Propriedade. O conceito de família defendido por esse grupo é medieval", declarou Luiz Modesto, integrante do Movimento LGBT. "Esse tipo de postura ultraconservadora é ofensiva e atrapalha o diálogo e a convivência pacífica com a Igreja Católica. Essas pessoas esquecem que vivemos em um estado laico e que todos temos o direito de vivermos ao lado de nossos companheiros".

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